terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cidade rubro-negra

A minha pacata Santo Amaro de Ipitanga acordou em vermelho e preto. Ninguém se engane: isto em nada tem a ver com o placar de 3x1 sobre o botafogo (grandes coisas chutar cachorro morto). Nem tem nada a ver com a "virtual liderança" do returno do Campeonato Pátrio, essas bobagens menores. Golaço de Gláucio? Me deixem em paz. Esta rodada teria sido completamente desprezível não fosse o seguinte: valeu o jogo-treino com o sparring carioca antes da decisiva partida de hoje pela Sudamericana - decisão esta que, sim, justifica o hasteado lábaro rubro-negro pela cidade e região metropolitana.

Para quem ainda não conhece este profeta, peço atenção: nesta quarta-feira, sou VITÓRIA e dou três gols. Portanto, torcedor do Leão, não perca a oportunidade de ver o VITÓRIA triturar o River Plate uruguaio no Maior do Estado.

Já posso imaginar. Eis um relato preciso do que poderá acontecer:

"Com treze minutos e meio, Roger abrirá o marcador após cruzamento de Leandrinho. O Maior do Estado ferverá. Intervalo de jogo, VITÓRIA 1x0. O time todo deixará o campo para o intervalo, exceto um jogador. Ele, o decisivo, o cracaço da camisa 12, o imbatível: Manoel Barradas. Ele ficará em campo pra anunciar: 'a rede vai balançar do outro lado'. Começará o segundo tempo e o Leão irá pra cima dos gringos. Com cinco minutos, será a vez de Berola deixar o dele: uma finta no bobo de branco pela esquerda da área e um chute cruzado: VITÓRIA 2x0. O Maior do Estado estará incendiado e a torcida ainda estará pulando quando Roger, novamente, marcar o que poderia ser o gol da classificação: aos nove minutos do segundo tempo, teremos VITÓRIA 3x0.

"Mas como nada é simples para o Decano, os infelizes decidirão engrossar e partirão com tudo para tentar fazer o gol de honra. E naquele tempo haverá sufoco e pressão. Gléguer operará, aos vinte e quatro da etapa final, um verdadeiro milagre: em cobrança de escanteio, o volante uruguaio cabeceará com força, pra baixo, ao que Gléguer tapará maravilhosamente. Novo escanteio. A bola viajará outra vez pela área e o mesmo volante cabeceará (não há marcador nessa zorra??), desta vez visando o ângulo. A bola explodirá no travessão e, na volta, Vanderson a mandará pra cima com um rodopio.

"Haverá uma movimentação no banco e o nosso camisa 12, temendo a substituição, acordará no jogo: aos trinta minutos, sairá Berola para dar lugar a Bida. O VITÓRIA conseguirá segurar um pouco o ímpeto estrangeiro. Um pouco. Aos trinta e oito minutos, numa troca de passes equivocada no meio-campo, o River virá com tudo para cima do gol da Paralela num contra-ataque tipo 'três-contra-dois'. No momento do último passe gringo, Wallace se agigantará numa
antecipação fenomenal e, de primeira, lancará Leandro Domingues. Ah, amigos, que privilégio será ver essa cena. O amaciante da bola partirá como um foguete para levar o Maior do
Estado à loucura: ele driblará três marcadores, meus caros. Só na corrida, na gingada de corpo. Ele driblará também o goleiro, meus nobres, e entrará com bola e tudo no gol da concentração, decretando o quarto gol do Leão, este sim, o gol da classificação, o gol da
consagração, o gol da glória, o gol da premiação: VITÓRIA 4x0, para felicidade da torcida rubro-negra e dos que elaboram as manchetes deste esporte apaixonante."

Já está comprado o meu passaporte para a classificação. Ninguém se engane: o incidente uruguaio será devolvido com juros. Arrepender-se-á todo aquele que não for ao Manoel Barradas!!

BORA TRITÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓRIA!!!!!

sábado, 19 de setembro de 2009

Salvem a regra 12

Tchês,

Após um longo período de recesso, volto aqui por conta deste som que, às 3:30 da manhã, não me deixa dormir. Há cerca de 7 horas ecoa por Salvador e pela minha pacata Santo Amaro de Ipitanga o brado retumbante do torcedor do Decano, que mais uma vez fez da Toca do Leão o lugar de um time imbatível. A participação da torcida foi tão fundamental para o triunfo contra o inter que esta abalizada análise poderia tratar somente disto. O Barradão, que é o maior atacante do TRITÓRIA de todos os tempos, está simplesmente impossível vestido com sua camisa 12.

O camisa 12 do TRITÓRIA, entretanto, não pode ser a tônica deste que é um imparcial ensaio. E digo isto porque, na noite de sábado, outro "12" roubou a cena: a REGRA 12 do futebol. Ou melhor: o escancarado desrespeito à regra 12. Dentre outras coisas, a regra 12 diz que é punível de cartão amarelo o jogador que "for culpado de conduta antiesportiva", e aqui está implícito o axioma mundialmente conhecido como: "é proibido humilhar o adversário". Meus amigos, o TRITÓRIA é culpado. Bastava ganhar o internacional, bastava obter os três pontos. Ao que pergunto: precisava humilhar o inter daquele jeito?

Aos que nada sabem além do resultado, explico - e observem se vocês não concordam comigo. Precisava Neto Berola colocar a bola entre as pernas de Guiñazu? Precisava Ramon aplicar um banho de cuia no marcador rio-grandense? Precisava Apodi ficar tentando marcar de bicicleta só porque o jogo estava ganho?

E, sobretudo, precisava o décimo segundo jogador rubro-negro ficar gritando insistentemente "OLÉ" no Maior do Estado? Leiam com atenção: nenhuma das vítimas do TRITÓRIA foi tão vilipendiada quanto o time colorado. Não, ninguém venha me falar do 6x2 contra o Santos ou do 4x1 contra o Santo André. Estamos falando aqui de um entrave contra uma equipe forte - eu diria até que se trata do melhor elenco do Brasil.

Mas agora é hora de dar um tempo com o Campeonato Pátrio. A Sudamericana está à porta e, cheio do seu fôlego, gritarei esta semana para o Uruguai e uma banda da Argentina:

¡¡¡¡BUERA TRITÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓRIA!!!!!